domingo, 12 de junho de 2011

Que tipo de carro é o seu amor?


Perdestes aquilo que considerava ser um grande amor? Calma! Isso pode ter sido apenas um momento de dependência afetiva. A paixão e o desejo de estar grudado o tempo inteiro tendem a diminuir com o passar do tempo. Com o amor é diferente: a paciência e a vontade que o processo dê certo, precisam de uma construção mais séria. 
Os orientais pregam três coisas que podem nos livrar de muito sofrimento: ter consciência da nossa finitude; ser inteligente para desfrutar o dia de hoje e (o mais difícil); não dar à alguma pessoa o poder de nos fazer felizes ou tristes. A matemática do amor parece ter um milhão de regras e, ao mesmo tempo, nenhuma. Difícil saber qual fórmula poderá ou não funcionar na nossa próxima relação afetiva. Assisti ao meu pai (durante a vida inteira) fazer declarações de amor à minha mãe com elogios e presentes acompanhados de lindos cartões. Esta foi a sua maneira de construir e manter o seu projeto de amor. Conseguiu, pois foi retribuído e nunca se achou ridículo em fazê-lo. 
No liquidificador afetivo há desejos, sonhos, disputas e - não se engane: interesses emocionais e materiais. Há quem ame em paz e existem os que insistem nos amores tipo “jogo de tênis”, onde sempre há um perdedor e, consequentemente, um ganhador. Esse tipo de amor não presta. Bom mesmo é o amor “frescobol”, divertido e agradável para as duas partes, sem placares ou pódios amargos. 
Se o seu projeto amoroso desabou, agradeça a Deus por não estar passando em branco pela vida. Reflita os erros, sacuda a poeira e busque uma nova perspectiva. Ame-se em primeiro lugar para poder dividir o seu melhor estado com alguém que te faça feliz, que não te cause terremotos internos ou faça você ‘pisar em ovos’. Se houver borboletas geladas a agitar o seu estômago, que isso aconteça por um momento digno e de atenção mútua. Se não for assim, pule fora! Outra coisa boa a se fazer é a seguinte: imagine o seu (possível) amor como se ele fosse um carro. Como ele é? Novo, que exige pouca manutenção e, apesar de não ser ‘top de linha’, nunca te deixou na mão? É antigo, cheio de coisas a consertar? Demandará uma fortuna na restauração? Ele merece esse investimento? Por acaso é veloz demais que, apesar de potente, assusta e chega muito rápido ao “destino”? É confortável, anda em todo tipo de estrada e não faz cara feia por bobagem? Se por ventura tens alguém atualmente, aproveite bem esse test-drive ou (porquê não?) realize outros para chegar, enfim, à uma boa decisão, afinal de contas, vários modelos novos surgem todos os dias... 
Se as coisas não estão bem, até emagreça de tanto chorar, mas não perca a compostura sendo patético em busca de migalhas de amor de quem quer que seja. E tem mais: as pessoas possuem níveis de exigência diferentes. Isso vale para se comprar tomate na feira e também para escolher parceiros, daí, mesmo que isso venha ferir a tua alma, infelizmente, o seu tipo pode não ser o mais interessante para aquela(e) gata(o) estonteante. Cuide bem e respeite o seu amor. Mulheres inteligentes gostam disso. Outras não se contentam nem com uma montanha de ouro. Homens inteligentes adoram ser valorizados e compensam isso com trabalho duro, carinho e proteção; e os estúpidos traem sem motivo. Paire acima de qualquer submissão afetiva, seja amando ou detestando. E seja feliz! (Conteúdo original extraído da Edição de 12 de Junho / Gazeta de Alagoas).